08 agosto 2008

O Camões é que sabe...


"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía."

Que se chorem lágrimas, todas as lágrimas do mundo e que com elas se dissolva a angústia e a saudade em pós de nada. Para sempre e sem alquimia...

05 agosto 2008

A solidão e metafísica...

A puta da solidão está aqui, aos pés da cama. E a Porta do Silêncio do Ney Matogrosso e Pedro Joia nada ajuda. Há tempos que parecem remotos, a ilha falou-me da tabacaria e fiquei com um nó na cabeça com a nossa dissertação. Agora percebo. É uma pena o entendimento de escritos alheios só ser pleno com esse chegar do sentir que se torna visceral. Vou procurar a última coca-cola do deserto. Com ou sem metafisica...

04 agosto 2008

A tristeza em todos os cadernos do mundo...

Este vestir de consciência é subjectivo. Adormeço e acordo todos os dias com ela e, qualquer outro além-mim apenas lhe conhece os contornos. Tal como a tristeza. E nestes momentos parece um espaço para percorrer feito corredor a perder de vista. O que me salva? Estas janelas, para respirar e sonhar. Enquanto o futuro não chega vou escrever todos os cadernos do mundo...