14 junho 2007

Acompanhar

Anda menino-querido, vamos brincar
que tu ainda és tão pequenino mas já ocupas tanto espaço e já construiste tanta história

Anda menino-guerreiro, vamos brincar para perceberes que esses monstros que queres matar, eles não existem. Eu sei que ás vezes esses monstrinhos que nos habitam a memória e teimam permanecer no futuro, te assaltam a cabeça e confundem. Também a mim.
Mas se sentares aqui debaixo desta árvore e olhares esta casa e esta natureza, vais entender que existem sitios-casa fora e dentro de nós, que são seguros. Seja matar os monstros exorcisão ou fantasia, não precisamos correr até ao esconderijo nem fazer de rolos de papel armas. Vamos pensar em coisas bonitas, coisas boas e imaginá-los a ir embora.

Anda menino-índio, vamos deixar respirar o tempo, vamos respirá-lo juntos
como se o bloqueio entre nós não tivesse existido
(na verdade existiu só nessa fantasia tão complexa e cheia de significados, não foi?)

Anda menino-pomba, fica sossegadinho que mais tarde vamos conversar, para te perceber ainda melhor e marcar o crescimento. nestas cordas altas vamos fazendo o caminho, por vezes quase caímos mas logo vem o nosso por dentro onde habita o amor para nos segurar.

Anda menino - meu desejo de filho, que o importante é a consciência e tu saberes e eu saber. Assim juntos, vamos saber acompanhar-nos.